segunda-feira, 16 de junho de 2014

MALÉVOLA OU BENÉVOLA?

 
Sendo um escritor de Literatura Fantástica, mas precisamente do gênero horror/terror, é inevitável que me interesse e me aprofunde nos chamados “Contos de Fadas”. Atualmente destinado a entreter e “educar” o público infantil, tais narrativas foram concebidas com outro objetivo. Contos como Chapeuzinho Vermelho, que nada mais era uma história de terror envolvendo um lobisomem, tornaram-se instrumentos para “conter os pequeninos”. Histórias hoje contadas as nossas meninas, envolvendo príncipes e princesas, que sempre se defrontam com um final feliz, e que na sua origem eram bem diferentes. É o caso d’A Bela Adormecida, onde se baseia o filme MALÉVOLA, com Angelina Jolie no papel da Bruxa-Fada.

Confesso que foi assistir ao filme muito mais pela bela atriz do que pela película propriamente dita, uma vez que já havia experimentado as versões desastradas de recontar outros contos, tais como o da Branca de Neve (Branca de Neve e o Caçador) e Chapeuzinho Vermelho (A Garota do Capuz Vermelho), ambas muito ruins. Contudo devo confessar que a tarefa de recontar a história de Aurora foi muito bem feita, reforçando a mensagem de que não devemos julgar o livro pela capa.

A história tem todos os elementos que consagraram o Conto de Fadas (maldição da vilã, dedo espetado, sono da princesa, beijo salvador, etc.), mas a nova visão dada à vilã, que empresta o nome ao filme, é, no mínimo, inusitada e imprevista, principalmente para os mais desavisados.

Pesquisando um pouco sobre o filme e sua produção, descobri que o orçamento chegou aos US$ 200 milhões, o que foi bem utilizado nas imagens computadorizadas dos seres fantásticos, fadas, um dragão enorme e todos os outros efeitos que presenciei na versão 3D. Tais efeitos especiais são fantásticos, apesar de lembrarem vagamente outros bookbusters de igual envergadura, tais como Oz, Mágico e Poderoso, Avatar e Alice no País das Maravilhas.

Outro ponto positivo no filme é o roteiro bem amarrado, apesar de ter me causado certa dificuldade em acreditar no “amor da primeira vista” entre o príncipe e a princesa. Quanto a Malévola, a narrativa constrói o personagem de forma tão perfeita que leva o espectador a torcer pela vilã, pois nem é preciso dizer que MALÉVOLA não é má - ela nasceu uma fada pura e alegre, que teve seu amor traído por um humano mesquinho, e que mais tarde se tornaria rei (o pai de Aurora). Diferente do que imaginava até então, descobri que “Malévola” não era um adjetivo pejorativo, mas sim o nome próprio da protagonista do filme.

No que diz respeito ao elenco, é difícil prestar atenção em qualquer outro nome do que Angelina Jolie. A atriz, e produtora, está muito bem no papel da feiticeira, transitando com facilidade pelas diversas facetas de Malévola. A estrela é tão boa em artes dramáticas que consegue levar a personagem da ironia e vilania para o amor incondicional por Aurora.

E por falar em Aurora, a atriz que interpreta a princesa se esforça para dar à personagem incipiente, onde os melhores momentos da personagem são quando ainda é bebê e sorri para a feiticeira, que a chama de praga.

Tal como o coringa de Heath Ledger, em Batman – O Cavaleiro das Trevas, não é difícil se simpatizar com Malévola e, como já disse anteriormente, torcer por ela.

 

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