Sendo um escritor de Literatura Fantástica,
mas precisamente do gênero horror/terror, é inevitável que me interesse e me
aprofunde nos chamados “Contos de Fadas”. Atualmente destinado a entreter e
“educar” o público infantil, tais narrativas foram concebidas com outro
objetivo. Contos como Chapeuzinho Vermelho, que nada mais era uma história de
terror envolvendo um lobisomem, tornaram-se instrumentos para “conter os
pequeninos”. Histórias hoje contadas as nossas meninas, envolvendo príncipes e
princesas, que sempre se defrontam com um final feliz, e que na sua origem eram
bem diferentes. É o caso d’A Bela Adormecida, onde se baseia o filme MALÉVOLA,
com Angelina Jolie no papel da Bruxa-Fada.
Confesso que foi assistir ao filme muito mais
pela bela atriz do que pela película propriamente dita, uma vez que já havia
experimentado as versões desastradas de recontar outros contos, tais como o da
Branca de Neve (Branca de Neve e o Caçador) e Chapeuzinho Vermelho (A Garota do
Capuz Vermelho), ambas muito ruins. Contudo devo confessar que a tarefa de
recontar a história de Aurora foi muito bem feita, reforçando a mensagem de que
não devemos julgar o livro pela capa.
A história tem todos os elementos que
consagraram o Conto de Fadas (maldição da vilã, dedo espetado, sono da
princesa, beijo salvador, etc.), mas a nova visão dada à vilã, que empresta o
nome ao filme, é, no mínimo, inusitada e imprevista, principalmente para os
mais desavisados.
Pesquisando um pouco sobre o filme e sua
produção, descobri que o orçamento chegou aos US$ 200 milhões, o que foi bem
utilizado nas imagens computadorizadas dos seres fantásticos, fadas, um dragão
enorme e todos os outros efeitos que presenciei na versão 3D. Tais efeitos
especiais são fantásticos, apesar de lembrarem vagamente outros bookbusters de igual envergadura, tais
como Oz, Mágico e Poderoso, Avatar e Alice no País das Maravilhas.
Outro ponto positivo no filme é o roteiro bem
amarrado, apesar de ter me causado certa dificuldade em acreditar no “amor da
primeira vista” entre o príncipe e a princesa. Quanto a Malévola, a narrativa
constrói o personagem de forma tão perfeita que leva o espectador a torcer pela
vilã, pois nem é preciso dizer que MALÉVOLA não é má - ela nasceu uma fada pura
e alegre, que teve seu amor traído por um humano mesquinho, e que mais tarde se
tornaria rei (o pai de Aurora). Diferente do que imaginava até então, descobri
que “Malévola” não era um adjetivo pejorativo, mas sim o nome próprio da protagonista
do filme.
No que diz respeito ao elenco, é difícil
prestar atenção em qualquer outro nome do que Angelina Jolie. A atriz, e
produtora, está muito bem no papel da feiticeira, transitando com facilidade
pelas diversas facetas de Malévola. A estrela é tão boa em artes dramáticas que
consegue levar a personagem da ironia e vilania para o amor incondicional por
Aurora.
E por falar em Aurora, a atriz que interpreta
a princesa se esforça para dar à personagem incipiente, onde os melhores
momentos da personagem são quando ainda é bebê e sorri para a feiticeira, que a
chama de praga.
Tal como o coringa de Heath Ledger, em Batman – O Cavaleiro das Trevas, não é difícil se simpatizar com
Malévola e, como já disse anteriormente, torcer por ela.
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