Durante muito tempo as chamadas Histórias em
Quadrinhos, ou HQ como preferem chamar alguns, foi alvo de preconceito,
chegando até a ser acusada de perverter seus leitores, mas esse nunca foi, e
certamente não será, meu pensamento.
Responsável principal pela minha
alfabetização e semente fecunda do gosto pela leitura, as HQ’s sempre tiveram,
e tem, um papel importante em minha vida, influenciando inclusive minhas
produções literárias, fato facilmente comprovado por aqueles que leram meu
livro de estreia TREVAS (2006).
Em minhas palestras e participações
em entrevistas e mesas literárias sempre defendo esse tipo de literatura como a
melhor forma de alfabetizar os pequeninos de forma divertida e despertar o
gosto pela leitura.
Alguns “entendidos” sempre me
questionam sobre a eficácia de tal “literatura”, alegando que tal mecanismo não
possui “conteúdo didático” necessário para educar. Minha resposta a esses “desentendidos”
é: Deem gibis para seus filhos e comprovem sua eficácia.” Para esses a mensagem
mais adequada é; “Revejam seus conceitos!”
Não sou um “Especialista”, mas tenho grande
interesse pela educação, acreditando profundamente que ela é, e será, o
alicerce das melhorias que nosso país tanto necessita, quer na forma
comportamental de nosso povo, quer no conhecimento e especialização
profissional. A educação á a massa que utilizaremos para assentar os tijolos de
tais estruturas, ampliando e qualificando nossa gente em todas as áreas do
conhecimento e, até, na participação política de forma civilizada e eficaz
(esqueçam a aberração chamada BlackBlock).
Com ela formaremos cidadãos mais conscientes e eficazes, não sendo necessário
que um pai vá até uma manifestação retirar o próprio filho, que decididamente
não tem a correta noção do que está fazendo.
É óbvio que existem outras variáveis
no processo educativo que nosso país também tem carência, tais como a estrutura
familiar, a distribuição de renda, a saúde e tantas outras, mas, no meu ponto
de vista, a educação é o ingrediente principal para que iniciemos uma melhoria
substancial em todos os demais. Formar pessoas conscientes e que saibam agir
para mudar o que está errado, através de instrumentos legítimos e legais, é a
função primordial dos três alicerces que se apoiam uma sociedade: A Família, A
escola e a Religião.
Se a Educação é tão importante,
então por que não começar com o pé direito? Porque não incentivar o interesse
dos pequeninos em aprender, instinto natural nas crianças? Como fazê-lo?
A resposta é simples! Aproximemo-nos
deles através de algo que eles gostem; as histórias. Para isso, nada mais estimulantes
do que as Histórias em Quadrinhos, com seus personagens carismáticos e próximos
aos pequeninos. Que criança não gostaria de ter como professor a Mônica, o
Cascão, a Magali e o Cebolinha?
A mistura de imagens com a escrita,
relacionando um ao outro, assemelha-se muito aos livros infantis, com a
diferença de ter uma sequencia de imagens muito mais “detalhada”, com
personagens e situações do cotidiano que conquistam a molecada.
Hoje, os gibis não ficam restritos
ao público infantil. As chamadas Graphic
Novel são destinadas ao público adulto e tratam, muitas vezes, de assuntos
sérios e polêmicos, mas de uma forma divertida.
Na edição de nº 205, publicada em
Maio/2014, a Revista Educação tratou tal tema com maestria na matéria
intitulada “Gibi na Alfabetização”, a
qual recomendo a leitura na integra e disponibilizo o acesso através do link no
final desta postagem.
Por tudo que relatei acima, e
vivenciei em minha vida, reservo-me o direito de classificar as HQ’s como
literatura, afirmando sem chances de errar, de que elas são a mais importante
forma de formar e preservar o habito daqueles que mantém a literatura
tradicional viva: os leitores. Existem diversas matérias e experimentos sobre o
assunto relatados na internet. Leia, pesquise e forme sua própria opinião sobre
o papel desse maravilhoso instrumento de diversão e alfabetização que torna o
ingresso na educação algo divertido, fazendo isso perdurar, por muitas vezes,
por toda a vida.
J. Modesto
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